Cultura
Descoberto na costa da Irlanda o naufrágio do navio que avisou o Titanic sobre o iceberg
O SS Mesaba atuava como navio mercante até ser afundado em 1918, no final da Primeira Guerra Mundial
Pesquisadores da Universidade Bangor, do Reino Unido, encontraram o naufrágio do navio que enviou a mensagem de rádio alertando o transatlântico RMS Titanic do risco de iceberg em 1912.
A embarcação mercante SS Mesaba estava cruzando o Atlântico quando alertou o Titanic. A mensagem foi recebida, mas não gerou resposta da ponte de comando do famoso transatlântico. Mais tarde naquela noite, o supostamente inafundável navio atingiu o iceberg e não terminou a viagem inaugural, afundando e tirando a vida de 1.500 passageiros e tripulantes, no que viria a ser o naufrágio mais famoso do mundo.
Segundo o site da universidade britânica, o SS Mesaba continuou atuando como navio mercante antes de ser torpedeado em 1918, nos momentos finais da Primeira Guerra Mundial (1914-1918).
Usando um sonar de última geração, pesquisadores da Bangor conseguiram identificar de forma inédita a posição dos destroços na costa da Irlanda, após mais de 100 anos. Usando a tecnologia de multifeixe, esse sonar permite o mapeamento do fundo do mar de forma muito detalhada.
O SS Mesaba é um dos 273 naufrágios, em mais de 19.400 km² do Mar da Irlanda, que foram escaneados e tiveram os dados cruzados com informações do Escritório Hidrográfico do Reino Unido, segundo o site da universidade.
A estimativa é que 101 naufrágios ainda não tenham sido identificados, e o próprio navio mercante que avisou o Titanic teve a localização erroneamente sugerida no passado.
Detalhes de todos os naufrágios identificados usando o sonar multifeixe constam do livro Echoes From the Deep (Ecos das Profundezas, em tradução livre), recém-lançado pelo pesquisador Innes McCartney, da Universidade de Bangor.
“Os resultados do trabalho descrito no livro validaram a técnica multidisciplinar empregada e é um ‘divisor de águas’ para a arqueologia marinha. Anteriormente, podíamos mergulhar em alguns locais por anos para identificar visualmente os destroços. As qualidades únicas de sonar multifeixe nos permitiram desenvolver um meio relativamente barato de examinar os destroços. Podemos conectar isso com as informações históricas sem interação física dispendiosa com cada local”, comenta o cientista britânico, citado pelo site da universidade.