Executivo da Meta culpa os usuários do Facebook pela disseminação de fake news

Os próprios usuários, e não as plataformas de mídia social, são responsáveis pela disseminação de desinformação online (fake news), de acordo com Andrew Bosworth, um dos principais executivos da Meta, a empresa anteriormente conhecida como Facebook.

Em uma entrevista ao programa Axios, do canal de TV por assinatura HBO, Bosworth, que é diretor de tecnologia da rede social criada por Mark Zuckerberg, afirma que não cabe à Meta coibir as opiniões de indivíduos que desejam se expressar compartilhando suas crenças.

“Os seres humanos, em sua individualidade, optam por acreditar ou não em algo. Eles são aqueles que optam por compartilhar ou não algo”, afirma o executivo à apresentadora Ina Fried, em trecho da entrevista citado pela emissora americana CNN.

Questionado sobre a grande quantidade de pessoas que não confiam nas vacinas e se a Meta pode estar contribuindo para isso, apesar de seus esforços para fornecer informações confiáveis, Andrew Bosworth argumenta que em uma democracia onde as pessoas são livres para falar o que pensam, elas podem escolher buscar as informações que preferirem.

“Você tem um problema com essas pessoas. Você não tem problemas com o Facebook. Você não pode colocar isso na nossa conta”, retruca o diretor de tecnologia da Meta, citado pela emissora.

A CNN lembra que o Facebook foi acusado por seus críticos de facilitar a disseminação de fake news sobre saúde, sobre mudança climática e até sobre as eleições de 2020 nos EUA, que os conspiradores afirmam terem sido fraudadas.

Em alguns contextos, a Meta mudou para promover informações confiáveis nos feeds de notícias dos usuários. Por exemplo, a emissora americana lembra que a rede social conectou mais de dois bilhões de pessoas a informações confiáveis sobre a covid-19 por meio de seu portal dedicado ao assunto.

Na entrevista ao Axios, Bosworth sugere que, apesar do conhecimento acumulado de cientistas, não é possível para a Meta ter uma compreensão suficiente do que é um fato e, assim, ser capaz de restringir a fala dos usuários. “Nossa capacidade de saber o que é desinformação, por si só, é questionável”.