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Cultura

Maioria das meninas e jovens mulheres foi afetada pelas fakes news na quarentena

Por João Paulo Martins  em 05 de outubro de 2021

Relatório da ONG internacional Plan International aponta que as jovens sofrem as consequências psicológicas da desinformação, que sugem especialmente nas redes sociais

Maioria das meninas e jovens mulheres foi afetada pelas fakes news na quarentena
(Foto: Pixabay)

 

Durante a quarentena, a covid-19 forçou as pessoas a viverem reclusas e usarem mais a internet. Com isso, houve aumento no impacto negativo das fake news (notícias falsas), inclusive para as jovens mulheres, segundo relatório divulgado nesta terça (5/10) pela ONG internacional Plan International.

Como mostra o site australiano News, mais de 26.000 meninas e mulheres de 15 a 24 anos, de 26 países, foram entrevistadas para o relatório. A ONG descobriu que 87% delas acharam que a desinformação causou um impacto negativo em suas vidas.

Uma em cada três relatou que as informações falsas afetaram a saúde mental, deixando-as estressadas, preocupadas e ansiosas. Enquanto uma em cada cinco se sentia fisicamente insegura.

O relatório da Plan International descobriu ainda que 83% das jovens entrevistadas foram expostas a fake news e cerca de 95% disseram estar preocupadas com a desinformação online.

Entre os temas mais comuns associados às informações enganosas, as meninas e jovens mulheres apontaram a covid-19, seguida pelas mudanças climáticas e pela desigualdade racial.

Citada pelo News, a Plan International afirma que as descobertas revelam consequências da desinformação na vida real das meninas e jovens mulheres e pede que governos invistam na alfabetização digital.

“A internet molda as opiniões das meninas sobre si mesmas, os problemas com os quais elas se importam e o mundo ao seu redor”, comenta Susanne Legena, diretora-executiva da Plan International, citada pelo site australiano.

Ela diz que meninas e jovens mulheres estão sendo bombardeadas na internet com mentiras e estereótipos sobre seus corpos, quem são e como devem se comportar.

“Imagens e vídeos são manipulados para objetificá-las e envergonhá-las. Boatos se espalham como forma de abuso. E as meninas têm medo real de que eventos e perfis falsos as atraiam e levem a perigos offline”, completa a diretora da ONG, citada pelo News.

A pesquisa aponta que o Facebook é a rede social que as meninas acreditam ter mais desinformação, seguido pela plataforma chinesa TikTok, pelo WhatsApp e pelo YouTube.

Cerca de 35% disseram ter encontrado notícias falsas na Wikipedia (espécie de enciclopédia informal coletiva) ou outras páginas no estilo “wiki” e pelas respostas das buscas em serviços como Google, Bing e Yahoo!

A maioria das meninas afirma não ter sido ensinada a identificar informações falsas na escola ou por seus pais.