Pugs têm tantos problemas de saúde que não podem mais ser considerados cães “normais”

Um estudo conduzido pela Faculdade Real de Veterinária (Royal Veterinary College) do Reino Unido, e publicado na última quarta (18/5) na revista científica Canine Medicine and Genetics, revela que os cães da raça pug enfrentam problemas de saúde tão sérios que “não podem mais ser considerados cachorros normais do ponto de vista da saúde”.

A raça é muito popular em todo o mundo e conhecida e amada pelo rosto achatado, pelos olhos esbugalhados, pela testa enrugada e pela cauda enrolada, mas as adaptações genéticas que levaram a essa aparência específica geraram graves consequências para a saúde geral do animal.

Para entender os impactos da criação da raça, o estudo analisou 4.308 pugs e 21.835 cães de outras raças no Reino Unido, comparando seus perfis de saúde e chances de desenvolver 40 distúrbios comuns.

Os especialistas da Faculdade Real de Veterinária descobriram que os pugs tinham risco aumentado para 23 distúrbios, incluindo 54 vezes mais chances de desenvolver síndrome das vias aéreas obstrutivas braquicefálicas; risco 51 maior de narinas estreitadas; e 11 vezes mais chances de ter infecções de dobras cutâneas. Além disso, 17,4% dos pugs eram obesos, em comparação com apenas 6,9% dos outros cães.

No entanto, o estudo recém-publicado redescobriu que os pugs têm um risco reduzido para sete distúrbios, incluindo sopros cardíacos, feridas e agressão em comparação com as outras raças que participaram da análise

Mas, os pesquisadores alertam que a predisposição dos pugs para doenças graves supera significativamente o risco reduzido das sete outras condições. Segundo eles, os cães dessa raça têm problemas críticos de saúde e que isso fez com que os pugs “divergissem substancialmente das raças de cães convencionais e não podem mais ser considerado um cachorro típico do ponto de vista da saúde”.

Vale lembrar que problemas associados à criação de uma raça fizeram com que, no início deste ano, a Noruega decidisse proibir a criação de certos cães, incluindo bulldogs ingleses e cavaliers spaniels king charles, por motivos de saúde, depois que um grupo de direitos dos animais entrou com uma petição em um tribunal de Oslo.