Cultura
Seis novas espécies de rãs são descobertas na região amazônica do Equador
São anfíbios que não dependem de rios e lagos e possuem o maior número de espécies entre os vertebrados terrestres
Cientistas equatorianos descobriram seis novas espécies de rã-da-chuva (gênero Pristimantis) em encostas com vegetação amazônica nos Andes, informa o Ministério do Meio Ambiente do Equador, em comunicado divulgado no último domingo (23/10).
Os pesquisadores Jhael Ortega, Jorge Brito e Santiago Ron realizaram as descobertas nos parques nacionais de Llanganates e Sangay, áreas montanhosas que se aprofundam na região da Amazônia equatoriana e compreendem 7.375,6 km² de florestas úmidas. Os cientistas assinam um estudo publicado na última segunda (17/10) no periódico científico PeerJ Life & Environment.
As espécies recém-descobertas foram denominadas Pristimantis tamia, Pristimantis anaiae, Pristimantis glendae, Pristimantis kunam, Pristimantis resistencia e Pristimantis venegasi, sendo a primeira pertencente ao subgênero Huicundomantis; enquanto as demais são espécies novas alojadas em um segundo grupo. A P. tamia não possui fendas vocais e membrana timpânica e sua íris é azul-esverdeada clara, revela o comunicado do ministério.
As espécies P. anaiae, P. glendae, P. kunam, P. Resistencia e P. venegasi são reconhecidas pela ausência de fendas vocais e membrana timpânica e por apresentarem grandes áreas escuras redondas com bordas finas e claras na região sacral.
No Equador, as florestas montanhosas que fazem parte da Amazônia possuem grande variedade de rãs, e nesse local foram descobertas várias espécies do gênero Pristimantis nos últimos anos.
O Pristimantis é o gênero de vertebrados terrestres com mais espécies, sendo mais de 569 distribuídas desde o leste de Honduras e Panamá, seguindo pelos Andes até a Bolívia, norte da Argentina e Brasil, revela o site equatoriano El Diario.
Por se desenvolver diretamente por meio de ovos colocados na terra, e não em forma de girinos, esse gênero de rã não depende de corpos d'água para a reprodução. Isso explicaria a grande diversidade delas.
Nos últimos cinco anos, a inclusão de informações genéticas permitiu a descrição de 50 espécies (47 endêmicas) de Pristimantis apenas no Equador, informa o jornal.