Cultura
Tesla volta a ser cobrada por não alterar o sistema de piloto automático
Conselho Nacional de Segurança nos Transportes dos EUA volta a pedir que montadora do Elon Musk crie medidas para evitar a desatenção dos motoristas que usam o piloto automático
O Conselho Nacional de Segurança nos Transportes (National Transportation Safety Board ou NTSB) dos Estados Unidos voltou a pedir que a Tesla, montadora de veículos elétricos fundada pelo bilionário sul-africano Elon Musk, mude seu piloto automático para evitar o uso errado por parte dos motoristas.
De acordo com o site americano de tecnologia TechCrunch, a presidente do conselho, Jennifer Homendy, enviou uma carta nesta segunda (25/10) ao próprio Elon Musk solicitando a correção do sistema avançado de assistência ao motorista.
O documento, obtido pelo site, expressa preocupação pela Tesla ainda não implementado duas recomendações de segurança que o NTSB emitiu há mais de quatro anos. Além disso, as mudanças se mostraram mais urgentes após a montadora ter lançado novas funções de direção automatizada por meio de seu software “Full Self-Driving” (adquirido separadamente).
“Nossas investigações de acidentes envolvendo os veículos de sua empresa mostraram claramente que o potencial de uso indevido requer uma mudança no projeto do sistema para garantir a segurança”, diz trecho da carta de Jennifer Homendy à Tesla, reproduzida pelo TechCrunch.
Apesar de ser ligado ao governo americano, o Conselho Nacional de Segurança nos Transportes só pode fazer recomendações e não tem autoridade para exigir o cumprimento de leis ou diretrizes, esclarece o site especializado.
No documento, o NTSB agradece a Tesla por cooperar com os investigadores do conselho na análise de vários acidentes e incidentes, mas a maior parte do texto, segundo o TechCrunch, aborda as profundas preocupações do órgão em relação à não implementação das recomendações de segurança no sistema de piloto automático dos carros elétricos de Elon Musk.
As mudanças foram solicitadas à montadora em 2017 com base numa investigação de acidente fatal, no qual Joshua Brown foi morto quando seu sedã Tesla Model S bateu num trailer que cruzou seu caminho.
O avançado sistema de assistência ao motorista estava ativado na ocasião, diz o site americano. A agência descobriu que o motorista do Tesla S estava usando o piloto automático em estradas para as quais o sistema não foi projetado e que ele passou longos períodos com as mãos fora do volante.
O NTSB determinou que o sistema de piloto automático da Tesla não monitorava e respondia eficazmente à interação do motorista com o volante para garantir a devida atenção ao trânsito.
O conselho recomendou que a montadora estabelecesse medidas que limitassem a assistência às condições para as quais foi projetada e desenvolvesse maneiras de “efetivamente medir o nível de engajamento do motorista e alertá-lo quando faltar a atenção”, explica o TechCrunch.
Jennifer Homendy observa em seu texto que o Conselho Nacional de Segurança nos Transportes enviou as recomendações a cinco outras montadoras que possuem veículos com piloto automático.
Conforme o site especializado, as cinco fabricantes responderam ao NTSB e descreveram as ações que planejavam tomar ou que já estavam tomando para o melhor monitoramento do nível de alerta do motorista.
“Tesla é a única montadora que não nos respondeu oficialmente sobre a recomendação”, diz a presidente do conselho, citada pelo TechCrunch.