Trabalhadores de uma universidade dos EUA encontram, sem querer, vestígios de um observatório de 142 anos

Em meados deste ano, funcionários do setor de infraestrutura da Universidade Estadual do Michigan, nos EUA, estavam instalando postes perto de residências estudantis em West Circle Drive, na região de Sandstone, quando encontraram foram impedidos por algo duro e impenetrável que estava enterrado. Mal sabiam eles que tinham acabado de encontrar vestígios de um observatório de 142 anos.

Quando a professora Stacey Camp, do Departamento de Antropologia, foi chamada para analisar a barreira subterrânea descoberta pelos trabalhadores, presumiu que se tratava apenas de uma grande rocha.

Mas ao analisar mapas históricos da instituição de ensino, percebeu que se tratava de algo maior. Após uma escavação cuidadosa, a equipe de arqueólogos liderada pela professora desenterrou partes de uma fundação que pertenceu ao observatório original da universidade.

“O que é empolgante nessa descoberta em particular é que ela conta a história de como nosso campus e como o ensino superior mudou tão radicalmente ao longo do tempo”, comenta Stacey, citada pela agência de notícias NPR.

O antigo observatório foi construído em 1881 por Rolla Carpenter, um ex-aluno e professor que ensinava uma série de disciplinas, incluindo matemática, astronomia e francês. Ele defendeu a construção da estrutura após a universidade adquirir um telescópio. Até então, os alunos observavam o céu de cima do telhado de um dos prédios do campus.

“Isso poderia facilmente ter passado despercebido se não tivéssemos alguns mapas históricos e conhecimento dessa área”, diz a professora, que orientou um grupo de alunos de graduação e pós-graduação durante as semanas de trabalho. Eles foram responsáveis pela escavação do local e pela documentação dos achados.

Na última segunda (14/8), foram divulgados os resultados de uma análise feita com radar de penetração no solo e ficou claro que a curiosa estrutura impenetrável era, de fato, a antiga fundação do observatório. Além disso, as imagens mostraram que a maior parte está intacta.

Segundo Stacey Camp afirma à NPR, encontrar uma fundação intacta é um “milagre” devido a todas as mudanças e construções ocorridas no campus.

“Você tem uma calçada ao lado, uma estrada, um dormitório e uma quadra de basquete. Tudo isso destruiu muito do nosso terreno histórico no campus”, diz a professora.

Agora, a expectativa da equipe da Antropologia é que, no próximo verão (no hemisfério norte), o projeto de escavação seja ampliado para descobrir mais da fundação e possíveis artefatos ao longo do caminho.