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Cultura

Vaso chinês que ficava guardado em cozinha no Reino Unido é raríssimo e foi vendido por R$ 8,9 milhões

Por João Paulo Martins  em 18 de maio de 2022

O objeto decorativo de vidro azul-cobalto pertencia à corte do imperador chinês Qianlong, que governou no século XVIII

Vaso chinês que ficava guardado em cozinha no Reino Unido é raríssimo e foi vendido por R$ 8,9 milhões
O vaso de vidro azul com pinturas em prata e dourado fazia parte da corte do imperador chinês Qianlong (Fotos: Auctions.dreweatts.com/Reprodução)

 

Um vaso chinêsextremamente raro”, datado do século XVIII, foi comprado na década de 1980 por algumas centenas de reais e mantido em uma cozinha, até ser descoberto por um especialista e ser vendido num leilão por 1.449.000 libras (cerca de R$ 8,9 milhões).

Com 60 cm de altura e produzido em vidro azul, o vaso é todo ornado com figuras em prata e dourado e foi criado para enfeitar a corte do imperador chinês Qianlong (1736-1795), informa a emissora estatal britânica BBC.

Decorado com garças, morcegos e nuvens, o vaso era de propriedade de um cirurgião britânico que o passou para o filho, que não sabia o real valor do objeto decorativo.

Segundo a empresa de leilões Dreweatts Auctioneers, com sede em Berkshire, no Reino Unido, somente após um especialista em antiguidades encontrar o vaso é que seu verdadeiro valor e história foram revelados.

O objeto foi vendido a um comprador internacional que participou do leilão por telefone. “Estamos muito satisfeitos com essa venda excepcional. Tivemos interessados de todo o mundo, como China, Hong Kong, Estados Unidos e Reino Unido, o que resultou em lances muito competitivos”, comenta Mark Newstead, representante da casa de leilões, citado pela BBC.

Vaso chinês que ficava guardado em cozinha no Reino Unido é raríssimo e foi vendido por R$ 8,9 milhões
Datada do século XVIII, o vaso ostenta a marca de seis caracteres do período Qianlong (Fotos: Auctions.dreweatts.com/Reprodução)

O que ajudou na identificação da origem e da raridade do vaso foi a marca de seis caracteres chineses impressa no fundo dele e que remete ao período do imperador Qianlong, da China.

“O rico azul-cobalto é muitas vezes referido como ‘azul sacrificial’, em referência ao uso de vasos com esmalte dessa cor em cerimônias de sacrifícios no Altar Imperial do Céu. É extremamente raro ver vasos azuis pintados em dourado e prata levemente em relevo. Curiosamente, nenhuma outra porcelana decorada com o mesmo tema em ouro e prata parece ter sido documentada”, diz Newstead à emissora britânica.

Ele acrescenta que as garças e morcegos viando no vaso representam “longevidade e prosperidade” para os chineses.