Saúde
81 mg de Aspirina podem ajudar contra derrame e ataque cardíaco, diz estudo
Pesquisadores descobriram que as pessoas que usam a dose baixa do ácido acetilsalicílico apresentaram menos problemas cardiovasculares
Um estudo publicado no último sábado (15/5) no periódico científico New England Journal of Medicine, revela que o uso de Aspirina (ácido acetilsalicílico) na menor dose (81 mg) pode trazer benefícios para quem tem problemas cardíacos.
Como se sabe, o anti-inflamatório e analgésico, muito usado nos Estados Unidos, também ajuda a prevenir a formação de coágulos sanguíneos (trombos), mas pode aumentar o risco de sangramentos.
Seus benefícios, conforme os cientistas, valem para pessoas que já tiveram ataque cardíaco; fizeram cirurgia de ponte de safena; ou precisaram de stent em artérias obstruídas.
Cerca de 15.000 pessoas foram selecionadas na internet para participar do novo estudo. Elas deviam enviar e-mails a cada três ou seis meses para acompanhamento. Uma rede de centros de saúde forneceu informações médicas sobre os voluntários a partir de seus registros eletrônicos.
Os pesquisadores selecionaram aleatoriamente os participantes para tomar Aspirina em dose baixa (81 mg) ou regular (de 100 a 300 mg), que eles deviam adquirir no balcão da farmácia.
Quase todos estavam tomando ácido acetilsalicílico antes do início do estudo e 85% já utilizavam a dose baixa.
Resultados do estudo da Aspirina
De acordo com o artigo recém-publicado, após cerca de dois anos, apenas cerca de 7% dos voluntários havia morrido ou sido hospitalizado devido a um ataque cardíaco ou derrame. Além disso, menos de 1% apresentou sangramento importante que exigiu hospitalização e transfusão.
Quase 41% das pessoas designadas a tomar a dose mais alta mudaram em algum ponto para a mais baixa.
Segundo o pesquisador Schuyler Jones, da Universidade de Duke, nos EUA, líder do estudo, citado pelo jornal Gulf News, dos Emirados Árabes Unidos, afirma que a pesquisa fornece uma orientação valiosa.
Se os pacientes estão tomando Aspirina em baixas doses, “permanecer nessa dosagem em vez de trocar é a escolha certa”, segundo ele. As pessoas que estão indo bem com 325 mg podem querer continuar e devem conversar com seus médicos se tiverem alguma dúvida.
Para novos pacientes, o pesquisador diz que “em geral, vamos recomendar a dose baixa desde o início”.
Vale lembrar que o ácido acetilsalicílico é um medicamento e que, embora seja vendido sem prescrição médica, não deve ser tomado por conta própria. Outro ponto é que não se deve mudar arbitrariamente a dosagem prescrita pelo especialista.
Cabe dizer ainda que o estudo contou com a boa vontade dos voluntários, ou seja, não houve acompanhamento direto dos pesquisadores.