Saúde
Britânica com leucemia tinha só dois meses de vida, mas se recuperou do câncer com novo tratamento
Eliana Keeling foi diagnosticada com leucemia mieloide terminal e, após a quimioterapia não funcionar, aceitou fazer parte de um experimento no Reino Unido
A britânica Eliana Keeling, de 65 anos, moradora de Chorlton, no subúrbio de Manchester, no Reino Unido, foi diagnosticada com leucemia mieloide crônica em 20202 e os médicos informaram que ela só tinha dois meses de vida. Essa condição é um tipo raro de câncer das células do sangue e geralmente afeta idosos. A professora aposentada de inglês passou por dois ciclos intensivos de quimioterapia como na Enfermaria Real de Manchester, a partir do dia de Natal de 2020, mas o tratamento não funcionou e, no final de maio de 2021, Eliana recebeu a devastadora notícias de que sua leucemia era terminal.
Sem outras opções, a britânica aceitou participar de uma pesquisa experimental (ensaio clínico de fase I) na fundação pública The Christie, em Manchester, que é especializada no estudo do câncer. Em junho de 2021, Eliana Keeling iniciou um o ensaio clínico do novo tratamento que explora uma fraqueza química nas células da leucemia. Segundo o site da fundação, foi usado um medicamento injetável já conhecido, o azacitidina, junto de outra substância experimental, um comprimido ainda sem nome comercial que potencializa os efeitos da droga anticâncer.
Após seis meses no teste, o organismo da professora aposentada já estava livre da leucemia. Com isso, ela pôde fazer um transplante de medula óssea e, desde então, está em remissão da doença, informa o site da The Christie.
A leucemia mieloide aguda é caracterizada pelo crescimento acelerado das células sanguíneas anormais, que se acumulam na medula óssea e no sangue e interferem nas células normais. Ela é um dos tipos mais comuns de leucemia em adultos, ainda assim, é bastante rara, representando cerca de 1% de todos os tumores, segundo o site da fundação britânica.
Eliana Keeling sempre foi ativa, frequentava academias e gostava de tirar férias, até que o exame de sangue revelou o câncer. Agora, ela acaba de comemorar o aniversário de 31 anos de casamento. “Quando me disseram que a quimioterapia não havia funcionado e que tinha alguns meses de vida, sabia que não devia aceitar isso. Foi como se um enorme buraco se abrisse em meu mundo e tudo que tinha planejado desaparecesse num instante. A Christie [fundação] foi a melhor coisa que me aconteceu”, conta a professora aposentada ao site da fundação.
A hematologista Emma Searle, consultora da The Christie, conta que Eliana tinha um prognóstico ruim e sua única esperança de sobrevida era o ensaio clínico e o transplante de medula óssea. “Estamos satisfeitos pela resposta tão boa da Eliana, que agora está livre da leucemia. Dado que ela tinha uma expectativa de vida muito limitada quando a quimioterapia não funcionou, o resultado dela é excelente. Nem todos os pacientes leucemia mieloide crônica do estudo respondem tão bem quanto Eliana, mas somos gratos a todos os pacientes e parentes que se sentem capazes de apoiar a pesquisa da The Christie”, comenta a especialista.