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Saúde

Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças alerta para risco de a varíola do macaco se tornar endêmica na Europa

Por João Paulo Martins  em 25 de maio de 2022

Apesar de baixa, existe possibilidade de a doença passar de humanos infectados para roedores de estimação e, em seguida, para animais silvestres

Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças alerta para risco de a varíola do macaco se tornar endêmica na Europa
As erupções na pele são a principal característica da varíola do macaco (Foto: Centers for Disease Control and Prevention/Divulgação)

 

Especialistas de saúde da Europa estão em alerta após os casos de varíola do macaco quase triplicarem em três dias no Reino Unido. Segundo o tabloide britânico Daily Mail, já são 57 notificações da doença no país.

Até a última segunda (23/5), havia 67 casos confirmados de varíola do macaco em nove países europeus, incluindo Portugal, Espanha, Itália, Alemanha, Suécia e França, e outros 42 casos suspeitos.

De acordo com relatório do Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (European Centre for Disease Prevention and Control ou ECDC), citado pelo tabloide, é preciso tomar cuidado com os roedores de estimação, como porquinhos da índia e camundongos, especialmente se estiverem próximos a pessoas infectadas.

Na África, onde a doença é endêmica, o vírus se espalha usando roedores, incluindo esquilos e arganazes.

Para o ECDC, enquanto esses roedores são “hospedeiros adequados” para a varíola do macaco, o vírus pode se espalhar de pessoas para os pets e, então, infectar animais selvagens, tornando a doença endêmica na Europa.

O relatório, conforme o Daily Mail, afirma que, “atualmente, pouco se sabe sobre a adaptação das espécies de animais domésticos europeus [mamíferos] para servir como hospedeiro para o vírus da varíola do macaco”. “No entanto, roedores e particularmente espécies da família Sciuridae [esquilos] provavelmente são hospedeiros adequados, mais do que humanos, e a transmissão de humanos para animais de estimação é teoricamente possível”, alerta a entidade europeia.

No entanto, o ECDC deixa claro que a probabilidade de isso acontecer é “muito baixa”.

“A maioria dos casos atuais apresentou sintomas leves da doença e, para a população em geral, a probabilidade de disseminação é muito baixa”, comenta Andrea Ammon, diretora do ECDC, citada pelo tabloide britânico.

Vale ressaltar que a varíola do macaco pode se espalhar quando há contato próximo com lesões de alguém que esteja infectado, além de fluidos corporais. Os sintomas da doença incluem febre, dor nas costas, linfonodos inchados e exaustão. Ela é caracteriza por erupções na pele que, geralmente, começam no rosto.