Saúde
Cientistas afirmam ter detectado primeiro caso de transmissão da covid-19 de cervo para humano
O caso foi relatado num estudo ainda não revisado e a possível infecção teria ocorrido no Canadá
Um veado-galheiro (Odocoileus virginianus) do Canadá pode ter transmitido covid-19 para um humano, segundo estudo pré-publicado dia 25 de fevereiro no repositório científico online bioRxiv (ainda não revisado por cientistas).
O caso seria o primeiro registro de transmissão do coronavírus desse cervo, comum na América do Norte, para outra espécie, informa a revista americana National Geographic.
Trabalhos anteriores já haviam mostrado que o vírus está circulando entre populações de veado-galheiro nos EUA e da mesma estirpe encontrada em humanos, sugerindo que os animais provavelmente estavam sendo infectados pelas pessoas, e não o contrário.
Agora, como mostra a revista, 32 pesquisadores canadenses avaliaram mais de uma dúzia de cervos no Canadá infectados com coronavírus e descobriram tinham “mutações que não haviam sido observadas anteriormente entre as linhagens do SARS-CoV-2”.
Além disso, uma análise mais aprofundada revelou que uma pessoa que teve contato próximo com os veados-galheiros na região de Ontário acabou contaminada com a mesma variante da covid-19, segundo a National Geographic.
Esses fatores sugerem que o vírus que circulava entre os animais vinha sofrendo mutações à medida que pulava de um cervo para outro, antes de, finalmente, ser transferido para uma pessoa. Os cientistas acreditam que há possibilidade de outra espécie hospedeira, como o vison, ter sido a origem da infecção dos veados-galheiros, embora a análise do DNA do vírus sugira que a transmissão direta de veados para humanos seja “o cenário mais provável”, diz a revista americana.
É importante lembrar que o estudo recente ainda não foi revisado por outros cientistas e, portanto, não deve ser motivo de alarme. Além disso, as chances de transmissão do coronavírus entre as pessoas são infinitamente maiores do que de contrair o vírus de um cervo, diz o veterinário Jüergen Richt, da Universidade Estadual do Kansas (EUA), entrevistado pela National Geographic.