Saúde
Cientistas criam nova calculadora de risco de doenças cardíacas
Ferramenta usa algoritmo para prever problemas cardiovasculares com até 10 anos de antecedência, segundo o estudo
Cientistas europeus acabam de lançar uma nova versão da ferramenta que ajuda médicos a calcularem com maior precisão o risco de ataque cardíaco e derrame.
A calculadora de risco para doenças cardiovasculares foi considerada a nova referência pela Fundação Britânica do Coração (British Heart Foundation), que ajudou a financiar o estudo que resultou na nova ferramenta e que foi publicado no último domingo (13/6) na revista científica European Heart Journal.
De acordo com a fundação, citada pelo site da revista de enfermagem Nursing Times, o uso da calculadora é importante porque pacientes avaliados como tendo risco cardiovascular aumentado podem receber tratamento preventivo personalizado ou alertas para mudança no estilo de vida.
O desenvolvimento da versão atualizada da ferramenta Systematic Coronary Risk Evaluation (Avaliação Sistemática de Risco Coronário ou SCORE, na sigla em inglês) foi solicitada pela Sociedade Europeia de Cardiologia (European Society of Cardiology), que solicitou uma nova versão do algoritmo de cálculo.
Como mostra a revista especializada, o SCORE2 passa a ter um algoritmo atualizado com dados recentes da população europeia (SCORE usava informações anteriores a 1986) e é capaz de prever em até 10 anos o risco de doenças cardiovasculares com maior precisão do que as ferramentas atuais.
Criando a “calculadora do coração”
A ferramenta de cálculo de risco SCORE2 leva em conta as tendências atuais sobre doenças cardíacas e circulatórias, podendo prever condições fatais e não fatais e é adaptável a países com diferentes níveis de risco, segundo os cientistas europeus.
A atualização também permite avaliar melhor o risco de problemas cardíacos entre jovens e melhorar a forma como o tratamento é adaptado para pessoas mais velhas, de acordo com a British Heart Foundation, citada pela Nursing Times.
Para chegar ao novo algoritmo, os pesquisadores de toda a Europa analisaram dados de cerca de 700.000 participantes (a maioria de meia-idade), provenientes de 45 estudos anteriores.
Os voluntários não tinham histórico de doença cardiovascular quando foram recrutados. Nos 10 anos seguintes aos estudos, 30.000 apresentaram algum problema, incluindo ataque cardíaco ou acidente vascular cerebral (AVC) fatal ou não.
A ferramenta foi então adaptada usando dados de fatores de risco e cardiovasculares regionais específicos de 10,8 milhões de pessoas, para estimar com mais precisão o risco para populações divididas em quatro áreas europeias.
“A ferramenta de risco é muito mais poderosa e superior do que a que os médicos têm usado por décadas. Ela se encaixará perfeitamente em programas de prevenção atuais com impacto substancial no mundo real, melhorando a prevenção de doenças cardiovasculares […] antes que elas surjam”, afirma o pesquisador Emanuele Di Angelantonio, da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, um dos envolvidos no desenvolvimento da SCORE2, citado pela revista europeia.