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Saúde

Com problema genético raro, adolescente da Itália ficou 16 anos sem poder abrir a boca

Por João Paulo Martins  em 02 de outubro de 2023

Jovem foi diagnosticada com uma versão raríssima da síndrome de Nager. Agora, ela passou por cirurgia e poderá mastigar alimentos pela 1ª vez

Com problema genético raro, adolescente da Itália ficou 16 anos sem poder abrir a boca
A adolescente com a mãe e parte da equipe do hospital universitário (Foto: Azienda Ospedaliero Universitaria Policlinico “G.Rodolico – San Marco”/Divulgação)

 

Uma adolescente italiana passou 16 anos sem poder abrir a boca. Diagnosticada no nascimento com uma condição genética chamada síndrome de Nager, a jovem, agora, passou por uma cirurgia e poderá ter uma vida normal, especialmente mastigando alimentos sólidos.

O procedimento cirúrgico maxilofacial foi realizado no hospital universitário G. Rodolico - San Marco, em Catania, na Itália.

Segundo o site da unidade de saúde, esse é o primeiro caso da síndrome de Nager na Sicília e apenas seis foram registrados em toda a Itália. A cirurgia é considerada extraordinariamente complicada, exigindo meses de estudos preventivos para que a equipe médica tivesse sucesso. A forma genética da síndrome, apresentada desde o nascimento pela adolescente, identificada como Aurora (nome fictício), é considerada uma das mais raras do mundo. Enquanto ainda estava em formação na barriga da mãe, ela desenvolveu uma massa óssea que fundiu a mandíbula no crânio, não permitindo a articulação necessária para abrir a boca.

 

Com problema genético raro, adolescente da Itália ficou 16 anos sem poder abrir a boca
(Fotos: Azienda Ospedaliero Universitaria Policlinico “G.Rodolico – San Marco”/Divulgação)

 

O sucesso da operação, que durou cerca de 10 horas, foi resultado de um trabalho multidisciplinar entre diversas equipes do hospital. Além dos cirurgiões bucomaxilofaciais, outros 20 profissionais foram mobilizados, incluindo cirurgiões anestesistas. Além disso, a jovem Aurora ganhou uma prótese de titânio, produzida com o que há de mais moderno em bioengenharia.

Nascida em 2007, a adolescente sobreviveu ao parto graças à atitude de um anestesista atento, que percebeu que ela não podia mexer as mandíbulas e evitou que sufocasse. No hospital San Marco, ela passou por alongamento horizontal e vertical dos ossos, o que permitiu que a boca fosse aberta. Com isso, a garota se libertou dos tubos de traqueostomia com os quais conviveu desde os 2 anos de idade, e que permitiam sua alimentação.