Saúde
Estudo associa falta de vitamina D à demência
A ausência do nutriente, que é metabolizado naturalmente no organismo pela exposição ao sol, afeta o cérebro e pode levar à doença neurodegenerativa
A demência é uma das principais causas de incapacidade e dependência entre idosos de todo o mundo, afetando o pensamento e os comportamentos com o passar do tempo. Existem vários fatores para o surgimento dessa condição neurodegenerativa e, segundo estudo publicado no final de abril na revista científica The American Journal of Clinical Nutrition, a falta de vitamina D pode ser um deles.
Como mostra o site americano Medical Xpress, os cientistas descobriram que baixos níveis de vitamina D foram associados a volumes cerebrais mais baixos e a um risco aumentado de demência e acidente vascular cerebral. Além disso, em algumas populações, até 17% dos casos de demência podem ser evitados com o aumento dos níveis desse nutriente.
O estudo analisou dados de 294.514 participantes do banco de dados UK Biobank, levando em conta os baixos níveis de vitamina D e o risco de demência e acidente vascular cerebral. Por meio da genética, cientistas examinaram o efeito causal da exposição modificável à doença, além de exames de neuroimagem.
“A vitamina D é um precursor do hormônio que é cada vez mais reconhecido por seus efeitos generalizados, inclusive na saúde do cérebro, mas até agora tem sido muito difícil examinar o que aconteceria se pudéssemos prevenir a deficiência dele”, comenta a pesquisadora Elina Hyppönen, da Universidade da Austrália do Sul, uma das autoras do estudo, citada pelo Medical Xpress.
Segundo ela, essa é a primeira pesquisa que examina o efeito de níveis muito baixos de vitamina D nos riscos de demência e derrame, usando análises genéticas em uma grande amostra.
Ainda assim, é importante dizer que, por ter analisado dados de apenas um tipo de população, o estudo não pode ser estendido a outras partes do mundo.