Saúde
Inglaterra pede que Instagram proíba a venda de Apetamin
Estimulante de apetite que promete emagrecimento rápido contém um antialérgico que causa vários efeitos colaterais, alerta o Serviço Nacional de Saúde da Inglaterra
A diretora de saúde mental do National Health Service (NHS ou Serviço Nacional de Saúde) da Inglaterra, Claire Murdoch, enviou uma carta ao CEO do Instagram, Adam Mosseri, pedindo que a rede social proíba a venda do remédio Apetamin, destinado ao emagrecimento.
Vendido como suplemento alimentar, o produto vem sendo promovido no Instagram e em outros sites como uma forma de alcançar o corpo ideal nos moldes de celebridades como a socialite americana Kim Kardashian.
No entanto, a diretora do NHS afirma que o estimulante de apetite pode causar “danos graves”.
Um dos ingredientes do medicamento produzido pela farmacêutica indiana Til Healthcare é o antialérgico ciproeptadina, vendido sob prescrição médica, e que está associado a efeitos colaterais como tontura, tremores, náuseas, visão turva e toxicidade hepática, alerta o Serviço Nacional de Saúde da Inglaterra.
Impacto físico e mental
“Essa substância é consumida como um suplemento, para promover uma imagem e forma corporal específica, considerada desejável por alguns influenciadores de alto nível, e voltada predominantemente para mulheres e meninas mais jovens”, diz trecho da carta datada de 30 de abril.
Além de Claire Murdoch, o documento do NHS é assinado pelo diretor médico Stephen Powis e por Kitty Wallace, da fundação Body Dysmorphic Disorder, que trata de transtorno dismórfico corporal.
Eles afirmam que estão preocupados com os “impactos do Apetamin na saúde física e mental” dos jovens e pedem que o Instagram “demonstre um dever de cuidado e reprima esse conteúdo perigoso”.
Apesar de ser vendido na rede social de imagens e em outros sites, o estimulante indiano de apetite não é autorizado no Reino Unido e nos Estados Unidos. No Brasil, existem vários produtos parecidos contendo ciproeptadina.