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Saúde

Kraken: saiba mais sobre a variante XBB.1.5 da ômicron, que deve dominar os casos de covid-19

Por João Paulo Martins  em 12 de janeiro de 2023

A nova subvariante já é a mais comum nos EUA e foi detectada em dezenas de países, incluindo o Brasil. A boa notícia é que as vacinas continuam protegendo contra quadros graves

Kraken: saiba mais sobre a variante XBB.1.5 da ômicron, que deve dominar os casos de covid-19
(Foto: Freepik)

 

Uma nova subvariante de ômicron, a XBB.1.5, conhecida como kraken, em homenagem ao monstro mitológico (fãs da saga Piratas do Caribe conhecem bem), se tornou a cepa da covid-19 dominante nos EUA e, em breve, deve prevalecer também no restante do mundo.

Segundo a revista americana New Scientist, na região nordeste dos EUA, a kraken já corresponde a cerca de 75% de todos os casos de infecção pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2).

“É a subvariante mais transmissível já detectada”, comenta Maria Van Kerkhove, da Organização Mundial da Saúde (OMS), citada pela revista.

Até agora, 28 países, incluindo Brasil, Reino Unido e Austrália, já detectaram a XBB.1.5. Ela teria se formado a partir de duas cepas da ômicron, que trocaram material genético enquanto infectavam o mesmo indivíduo. Portanto, a kraken é geneticamente semelhante às demais subvariantes, mas com algumas características aprimoradas, como a maior capacidade de se ligar e infectar células humanas (transmissibilidade elevada).

A XBB.1.5 também parece ser melhor para enganar o sistema imunológico do que as variantes anteriores, explica a New Scientist. Isso devido a mudanças na proteína spike, a parte usada pelo vírus para infectar as células e que é alvo das vacinas. Um estudo liderado por Can Yue, da Academia Chinesa de Ciências, em Pequim, pré-publicado (não revisado por pares) na última quinta (5/1) no repositório científico online bioRxiv, descobriu que a subvariante kraken teria capacidade aprimorada de enganar os anticorpos em amostras de sangue coletadas de 116 voluntários. Todas os participantes haviam recebido três doses da vacina CoronaVac contra a covid -19 ou duas doses de imunizante baseado em RNAm (como a da Pfizer) e se recuperaram de infecção recente por SARS-CoV-2.

Claro que isso não significa que as vacinas contra a covid-19 não ofereçam proteção contra a XBB.1.5 que se espalha rapidamente no mundo. Como mostra a revista americana, evidências indicam que indivíduos com pelo menos duas doses têm menos probabilidade de ficar gravemente doentes ou de morrer do que os que receberam apenas uma dose ou nem se vacinaram, mesmo em relação às novas variantes. “Anticorpos para cepas mais antigas são ativados e aumentados pela exposição às cepas atuais, mesmo que a correspondência não seja 100%”, explica Bruce Hirsch, do Hospital Universitário North Shore, em Nova Iorque (EUA), citado pela New Scientist.

A proteção é ainda melhor com as vacinas bivalentes disponíveis nos EUA, no Reino Unido e, no Brasil, milhões de doses aguardam distribuição por parte do Ministério das Saúde. Esse imunizante atualizado tem como alvo subvariantes parecidas com a XBB.1.5.