Saúde
Misturar AstraZeneca e Pfizer aumenta resposta imunológica contra a covid-19, diz estudo
Cientistas descobriram que aplicar uma dose da vacina Oxford-AstraZeneca e quatro semanas depois fornecer uma da Pfizer-BioNTech pode representar um ganho importante na produção de anticorpos
A mistura de doses das vacinas Pfizer e AstraZeneca pode gerar uma resposta imunológica mais forte contra a covid-19, segundo estudo que está sendo feito pela Universidade de Oxford, no Reino Unido.
Como mostra a emissora americana CBS, a pesquisa descobriu que aqueles que receberam uma dose de AstraZeneca seguida por outra da Pfizer quatro semanas depois apresentaram uma melhor resposta do sistema imunológico.
Vale lembrar que a Universidade de Oxford desenvolveu a vacina junto com a biofarmacêutica britânica AstraZeneca. Já a da empresa americana Pfizer é uma parceria com a biofarmacêutica alemã BioNTech.
Entenda o estudo de Oxford
Os cientistas recrutaram 830 voluntários do Reino Unido com 50 anos ou mais para testar quatro combinações diferentes das vacinas.
Apesar de os que receberam a dose da AstraZeneca seguida pela da Pfizer terem produzido mais anticorpos e respostas das células-T (de defesa), o estudo descobriu que misturar as vacinas, independentemente da ordem, resulta numa resposta imunológica melhorada em relação ao padrão de duas doses de cada imunizante.
De acordo com a CBS, foram testadas também a aplicação padrão de duas doses de cada vacina e os resultados apontam uma maior resposta de anticorpos após duas aplicações da Pfizer-BioNTech.
As descobertas podem ajudar os governos na criação de esquemas vacinais combinados, no entanto, como alerta a emissora americana, o estudo da Universidade de Oxford usou o intervalo de quatro semanas entre as doses de AstraZeneca e Pfizer, que é bem menor do que o de oito a 12 semanas comumente indicado para o imunizante britânico.
Em maio deste ano, conforme revela a CBS, a pesquisa de Oxford descobriu que a mistura de vacinas pode gerar mais reações adversas leves ou moderadas, mas com curto prazo de duração.
Os pesquisadores também estão testando a combinação das vacinas das biofarmacêuticas americanas Moderna e Novavax. Foram recrutados aproximadamente 1.070 candidatos.
A intenção do estudo da Universidade de Oxford, segundo a emissora, é demonstrar que a combinação dos imunizantes não é necessariamente pior do que seguir o padrão e comparará as respostas do sistema imunológico às obtidas pelo método tradicional, por meio de testes clínicos.