busca

Saúde

Podemos ter uma vacina definitiva para o coronavírus em breve

Por João Paulo Martins  em 13 de fevereiro de 2021

Cientistas já estão trabalhando em imunizantes eficazes para todas as variantes do SARS-CoV-2

Podemos ter uma vacina definitiva para o coronavírus em breve
(Foto: Freepik)

Uma vacina universal contra todas as variantes do coronavírus, tendo como alvo o núcleo do vírus, em vez da proteína spike (usada para infectar as células), pode estar disponível em apenas um ano, segundo pesquisadores.

Cientistas da Universidade de Nottingham, no Reino Unido, estão desenvolvendo uma vacina “universal” para a covid-19 que, se bem-sucedida, acabaria com a necessidade de criar imunizantes de tempos em tempos, conforme o SARS-CoV-2 sofre mutação.

As vacinas existentes, como as da Pfizer e da Oxford/AstraZeneca, têm como alvo a proteína spike do coronavírus, mas a eficácia diminui à medida que essa parte do micro-organismo sofre mutação.

Já há evidências de que elas não protegem tão bem contra variantes contendo a mutação chamada E484K, como as que circulam no sul da África e no Brasil.

Imunizante definitivo para covid-19

A nova vacina universal que está sendo desenvolvida em Notttingham também tem como alvo proteínas, mas as que são encontradas no núcleo do vírus. Portanto, são menos propensas à mutação, tornando o imunizante eficaz contra todas as variantes atuais e, teoricamente, com maior longevidade.

Por sua vez, a empresa britânica Scancell, especializada em remédios contra o câncer, e várias outras empresas da Europa e dos Estados Unidos já estão trabalhando em vacinas para qualquer variante do coronavírus e esperam provar em breve que podem produzir uma resposta imunológica eficaz.

Assim como o trabalho dos cientistas da Universidade de Nottingham, a Scancell tem como alvo uma proteína no núcleo do vírus chamada de nucleocapsídeo ou proteína N. Os testes em humanos da vacina devem começar no segundo semestre deste ano, após resultados positivos dos testes com ratos, informa o jornal britânico The Telegraph.

“Não necessariamente afirmamos que será uma vacina universal para coronavírus, mas tem potencial para ser, devido ao alvo ao qual é direcionada”, afirma Gillies O’Bryan-Tear, diretor médico da Scancell, em entrevista ao jornal.

Outras empresas de biotecnologia também estão trabalhando em imunizantes semelhantes, incluindo a myNEO, da Bélgica, e a Osivax, da França. Esta última acaba de concluir um ensaio clínico de fase II de uma vacina universal contra a gripe que também tem como alvo a proteína N.

Vale dizer que esses produtos podem não apenas proteger contra todas as variantes do SARS-CoV-2, mas também contra outros coronavírus, como os causadores das síndromes respiratórias SARS e MERS.