Reino Unido ainda não recomenda quarta dose da vacina contra Covid-19 para idosos

Uma quarta dose das vacinas contra Covid-19 ainda não é necessária, dizem especialistas do Reino Unido, porque a aplicação do reforço é suficiente para fornecer alta proteção contra quadros graves da variante ômicron do coronavírus.

Dados da Agência de Segurança de Saúde do Reino Unido (UK Health Security Agency) mostram que três meses após a dose de reforço, a proteção contra hospitalização permanece em cerca de 90% para pessoas com 65 anos ou mais, informa a emissora estatal britânica BBC.

A proteção contra infecções sintomáticas leves é mais curta. Ela cai para cerca de 30% em cerca de três meses da terceira aplicação do imunizante contra covid.

Os números também mostram por que é importante receber uma dose de reforço, se você recebeu apenas duas doses. De acordo com a autoridade britânica, citada pela emissora, com apenas duas doses de vacina, a proteção contra quadros graves da doença cai para cerca de 70% após três meses e para 50% após seis meses.

O Comitê Conjunto de Vacinação e Imunização do Reino Unido, que assessora sobre a política de vacinas, diz que a prioridade continua sendo dar a primeira, segunda e terceira doses para aqueles que ainda não as tomaram.

Isso apesar de alguns países, como Israel, começarem a aplicar a quarta dose contra covid-19 para controlar a variante ômicron, que é considerada altamente infecciosa e que vem gerando um número crescente de infecções em todo o mundo.

Anthony Harnden, vice-presidente do comitê, diz à BBC que teria de haver uma ação rápida se os dados mostrassem uma queda na imunidade contra sintomas graves para os idosos. “Mas no momento todos os sinais são bons. O que não é sustentável a longo prazo é o programa de vacinas que distribui uma dose a cada três meses”, orienta o especialista.

Segundo ele, é importante ter o momento certo para a quarta dose da vacina para pessoas vulneráveis. “O que pode ser no final do ano… Simplesmente não achamos que seja o momento certo”.

Enquanto isso, pacientes extremamente vulneráveis com sistema imunológico debilitado ainda são aconselhados a tomar quatro injeções no total, em vez das três usuais, para serem totalmente vacinados, alerta a emissora britânica.